A inclusão do trigo em sistemas de rotação de culturas traz ganhos significativos para o solo, para a produtividade e para a rentabilidade da propriedade. Muito além de ser uma cultura de inverno estratégica, o trigo desempenha um papel importante na quebra de ciclos de pragas, melhora da estrutura do solo e diversificação da renda do agricultor. Neste artigo, vamos entender por que o trigo é uma excelente opção dentro de sistemas agrícolas sustentáveis e como manejá-lo corretamente em rotação com outras culturas.
1. O que é Rotação de Culturas e por que fazer?
Rotação de culturas é a prática de alternar espécies agrícolas no mesmo talhão ao longo dos ciclos produtivos. Evita o cultivo repetido da mesma planta e promove benefícios como:
- Redução da pressão de pragas e doenças;
- Melhoria da fertilidade do solo;
- Controle de plantas daninhas específicas;
- Maior eficiência no uso de nutrientes e da água;
- Estabilidade econômica da propriedade.
2. Por que incluir o trigo na rotação?
O trigo tem características agronômicas que favorecem sua integração em sistemas de produção:
- É adaptado ao inverno, permitindo uso eficiente do solo entre safras de verão;
- Possui sistema radicular fibroso, que melhora a estrutura do solo e contribui para o sequestro de carbono;
- Quebra ciclos de patógenos que atacam culturas como milho e soja;
- Produz palhada de alta qualidade para cobertura no sistema de plantio direto.
3. Sistemas de rotação comuns com trigo no Brasil
✅ Soja → Trigo
- O sistema mais comum no Sul do Brasil;
- Permite duas safras por ano (soja no verão e trigo no inverno);
- O trigo aproveita a umidade residual da soja e prepara o solo para a próxima safra.
✅ Milho → Trigo
- Requer atenção ao manejo da palha e doenças comuns, como Fusarium;
- Pode ser combinado com adubação verde entre as culturas.
✅ Trigo → Pastagem (Integração Lavoura-Pecuária)
- Após a colheita do trigo, a área pode receber pastagem para gado;
- Gera renda adicional e recicla nutrientes no solo.
✅ Trigo → Leguminosas (feijão, crotalária, mucuna)
- Melhora a fixação biológica de nitrogênio;
- Ideal para restaurar áreas degradadas.
4. Vantagens econômicas
- Diversificação de risco: reduz a dependência de uma única cultura;
- Melhor aproveitamento de máquinas, mão de obra e infraestrutura ao longo do ano;
- Redução de custos com defensivos, graças à quebra de ciclos de pragas e doenças;
- Acesso a novos mercados, como o de trigo pão, trigo para ração ou trigo melhorador.
5. Cuidados técnicos no manejo rotacional com trigo
- Fazer análise de solo entre as culturas para corrigir desequilíbrios nutricionais;
- Escolher cultivares de trigo adaptadas à região e resistentes a doenças como giberela e ferrugem;
- Evitar cultivos consecutivos com milho, para prevenir o acúmulo de patógenos como Fusarium spp.;
- Monitorar a necessidade hídrica e ajustar a adubação conforme o histórico da área.

Conclusão
O trigo é uma peça-chave em sistemas sustentáveis de rotação de culturas. Quando bem manejado, contribui para a saúde do solo, a quebra de ciclos biológicos prejudiciais e a estabilidade econômica do produtor rural. Sua inserção estratégica na propriedade rural fortalece o sistema produtivo como um todo, preparando o solo para outras culturas e abrindo novas possibilidades comerciais.
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