Olá, amigo produtor! Quando você olha para sua lavoura e vê o pivô central em movimento, sabe que ali está um dos maiores investimentos da sua propriedade. Por décadas, ele tem sido o gigante que garante a segurança hídrica da safra. Mas e se eu te dissesse que esse gigante pode ser ainda mais forte, mais inteligente e, o melhor de tudo, mais econômico?
A tecnologia não para, e a irrigação também não. O pivô central de 2025 não é o mesmo de dez ou vinte anos atrás. Novas tecnologias estão transformando esses equipamentos em verdadeiras ferramentas de agricultura de precisão, capazes de otimizar cada gota de água e cada quilowatt de energia.
Pivô Central
Neste artigo, vamos apresentar as 5 inovações tecnológicas que estão revolucionando o manejo de pivôs centrais. Você vai descobrir como:
- Aplicar água de forma ultraprecisa, quase como um gotejador gigante.
- Usar GPS para controlar áreas e evitar desperdícios.
- Comandar e monitorar seu pivô pelo celular, de qualquer lugar.
- Reduzir drasticamente o consumo de energia da sua motobomba.
- Tomar decisões de irrigação baseadas em dados, não em achismos.
Prepare-se para ver seu pivô central com outros olhos e descobrir o potencial de economia e lucro que ele esconde.
1. Gotejadores de baixa pressão: a revolução LEPA e LESA
A imagem clássica do pivô é aquela “chuva” de água caindo sobre a lavoura. O problema? O vento leva uma parte (deriva) e o calor evapora outra. As tecnologias LEPA e LESA vieram para acabar com isso.
- O que são? LEPA (Aplicação de Prevenção de Energia Baixa) e LESA (Aplicação de Spray de Baixa Elevação) são sistemas onde os aspersores ficam bem mais próximos do solo e da cultura, em hastes que descem da tubulação principal.
- Como funcionam? Eles aplicam a água em jatos ou bolhas maiores, a uma pressão muito menor. Em vez de borrifar de cima, eles depositam a água gentilmente perto da zona da raiz.
- O resultado prático:
- Eficiência de 95-98%: Quase toda a água bombeada chega efetivamente ao solo.
- Economia de Energia: A baixa pressão de operação exige menos força da bomba, o que pode reduzir o consumo de energia em até 50%.
- Menos Doenças Foliares: Como o sistema molha menos a folhagem da planta, a proliferação de fungos é reduzida.
2. Acionamentos por GPS e piloto automático: irrigando apenas o necessário
Sua área irrigada tem estradas, galpões ou áreas rochosas? Antigamente, a única opção era molhar tudo. Hoje, o controle é total.
- O que é? São sistemas de controle de setores que usam GPS de alta precisão para ligar e desligar os aspersores do pivô em locais pré-determinados.
- Como funciona? Você desenha um mapa da sua área no software do pivô, marcando as “zonas de exclusão”. Quando o pivô passa por cima dessas áreas, o GPS identifica a posição e desliga automaticamente os bicos correspondentes, religando-os assim que a área de cultivo recomeça.
- O resultado prático:
- Fim do Desperdício de Água: Você para de irrigar estradas, porteiras e áreas não produtivas.
- Segurança Operacional: Evita que a água cause atoleiros em estradas ou danifique estruturas.
- Aplicação de Taxa Variável: Permite criar zonas de manejo diferentes dentro da mesma área, aplicando mais água em um solo arenoso e menos em um argiloso, por exemplo.
3. Telemetria e controle remoto: a fazenda na palma da mão
A cena de ter que ir até o painel do pivô no meio da noite para ligá-lo ou desligá-lo está com os dias contados. A telemetria trouxe a gestão remota para a irrigação.
- O que é? É um sistema que conecta o painel de controle do seu pivô à internet, permitindo que você o comande e monitore de qualquer lugar através de um aplicativo no smartphone, tablet ou computador.
- Como funciona? Um modem instalado no painel envia e recebe informações em tempo real. Você pode ligar, desligar, reverter, mudar a velocidade e verificar o status (posição, pressão, etc.) com apenas alguns cliques.
- O resultado prático:
- Economia de Tempo e Combustível: Fim das idas e vindas desnecessárias à lavoura.
- Agilidade na Tomada de Decisão: Receba alertas instantâneos no celular se o pivô parar ou apresentar algum problema, permitindo uma ação rápida e evitando perdas na lavoura.
- Melhor Gestão: Tenha acesso a relatórios detalhados de operação, lâminas aplicadas e horas trabalhadas, facilitando o controle de custos.
4. Inversores de frequência variável (VFDs): a inteligência da motobomba
A motobomba do seu pivô geralmente funciona em um modo “tudo ou nada”. O Inversor de Frequência Variável (VFD) muda essa lógica, agindo como um “acelerador” inteligente.
- O que é? É um dispositivo eletrônico instalado no acionamento do motor da bomba que ajusta a velocidade (frequência) do motor de acordo com a necessidade de pressão do sistema.
- Como funciona? Em vez de ligar a bomba sempre na potência máxima, o VFD ajusta a rotação do motor para manter a pressão exata que o pivô precisa, mesmo que você ligue ou desligue setores.
- O resultado prático:
- Economia Drástica de Energia: Reduções de 20% a 60% no consumo de energia são comuns, pois o motor só usa a força estritamente necessária.
- Aumento da Vida Útil do Equipamento: A “partida suave” e a operação controlada reduzem o estresse mecânico na bomba e na tubulação, diminuindo custos com manutenção.
- Proteção da Rede: Evita os picos de corrente na partida do motor, que podem causar quedas de energia e multas da concessionária.
5. Softwares de manejo e sensores de umidade: irrigando com precisão cirúrgica
A pergunta “quanto e quando irrigar?” sempre foi um desafio. A combinação de softwares inteligentes com sensores de campo está trazendo a resposta.
- O que são? São plataformas que integram dados de sensores de umidade instalados no solo, informações de estações meteorológicas locais e imagens de satélite para recomendar a lâmina de irrigação ideal.
- Como funciona? Os sensores medem a água disponível na zona da raiz em tempo real. O software cruza essa informação com a previsão do tempo e a fase de desenvolvimento da cultura para calcular exatamente quantos milímetros de água aplicar.
- O resultado prático:
- Fim da Irrigação por “Achismo”: Você irriga baseado em dados reais da sua lavoura, evitando tanto o estresse hídrico quanto o encharcamento.
- Máxima Eficiência: Garante que a planta receba a quantidade de água perfeita para seu desenvolvimento, maximizando o potencial produtivo.
- Sustentabilidade: Usa a água da forma mais racional possível, fortalecendo a gestão ambiental da sua propriedade.

Conclusão: seu pivô pode e deve ser mais eficiente
Modernizar seu pivô central não é apenas um luxo tecnológico, é um investimento estratégico com retorno garantido. A economia de água e energia paga o investimento em poucas safras, enquanto o aumento da produtividade e a facilidade no manejo trazem benefícios imediatos.
Seja implementando uma tecnologia de cada vez ou planejando um upgrade completo, o caminho para uma irrigação mais inteligente está ao seu alcance.
Se quiser mais dicas, continue acompanhando nosso blog Irriga Agro!